Epifânio de
Moraes Netto, famoso escritor de livros de autoajuda, pode ter inspirado muitas pessoas, mas não conseguiu ajudar a si
mesmo: sua morte logo ganhou as páginas dos jornais. É comum que o falecimento
de uma personalidade cause comoção, mas o destaque se deu pelas circunstâncias
da morte. Ele foi encontrado no quarto de um hotel de luxo em São Conrado, zona
Sul do Rio de Janeiro, estirado no chão, de bruços, ao lado de um copo caído,
com resto de bebida. Causa da morte: envenenamento por estricnina, injetada no
pescoço da vítima. Na parede, o assassino grafitou, com spray vermelho escuro,
cor de sangue: X-9.
O que teria
acontecido naquele quarto para Epifânio encontrar seu fim dessa forma? Essa
resposta somente o olhar arguto do detetive André, acompanhado de seu
inseparável assistente (o Gordo), poderá encontrar.
Um romance
perigoso é o terceiro romance policial de Flávio Carneiro protagonizado por André
e Gordo. Assim como em O livro roubado e O campeonato, essa nova história
mistura suspense, mistério, violência e romance, elementos clássicos da melhor
literatura policial, tendo o Rio de Janeiro como cenário.
Ao saber da
morte de Epifânio, André não fica feliz com a notícia, mas tampouco triste. Ele
foi uma das vítimas do popular escritor, conhecido nas sombras por ser um
grande charlatão. A dúvida que mobiliza o detetive é: o mestre da autoajuda
teria sido assassinado por uma das muitas pessoas que, assim como ele, foram
enganadas por Epifânio?
O detetive
terá sua chance de descobrir. A viúva do escritor oferece uma tentadora
recompensa para quem fornecer alguma informação que leve a polícia a descobrir
a identidade do assassino. E para isso
André vai contar com a ajuda do Gordo, o doutor Watson desse Sherlock tropical,
dono de um sebo de livros raros e leitor apaixonado, como André, por ficção
policial.
Ana, a
namorada de André que troca a cor dos cabelos de acordo com as estações do ano,
vai ajudar a dupla nas investigações. Eles também terão auxílio de outras
fontes, ligadas ao Gordo, dentre elas um delegado aposentado, Heleno, e um
ex-motorista de táxi que teve a ideia brilhante de transformar um sítio em
Guapimirim num inusitado motel-fazenda.
Juntos, eles
correm atrás das pistas, que começam com um exemplar usado de A irmãzinha, de
Raymond Chandler, um dos mais célebres escritores americanos de histórias
policiais noir, sobre a cama do quarto.
Logo André e
Gordo vão entender que o assassinato de Epifânio não foi um crime isolado.
Depois dele, outros escritores de autoajuda são assassinados, em circunstâncias
que apontam para um padrão. Não há dúvida: um serial killer está à solta nas
ruas do Rio. Um serial killer de escritores de autoajuda.
Numa narrativa
recheada de humor e de homenagens aos grandes mestres da ficção policial, o
detetive e seu sagaz assistente vão enveredar por ruas e bares da cidade,
buscando juntar os fios de uma trama cada vez mais complexa e assustadora,
envolvendo nomes importantes do mercado editorial, sobretudo no ramo da
autoajuda.
Em Um romance perigoso, o leitor se
envolverá nessa trama sombria – como as do romance noir americano, em especial
os de Chandler e Dashiell Hammett – passada num cenário solar, mas não menos
fatal.
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