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Ele
era o cara errado no lugar certo. André, 34 anos, ganha a vida levando
turistas para conhecer os bares do Rio e é um leitor apaixonado de
romances policiais. Ao cobrar uma dívida de um detetive particular,
acaba sendo confundido com o próprio e resolver levar adiante a farsa,
pegando o caso de um cliente milionário.
Acompanhado
de seu amigo e assistente inseparável, o Gordo, André vai investigar o
roubo de um livro raro: uma primeira edição de Histoires Extraordinaires,
a tradução de Baudelaire dos contos de Poe, roubado da casa de um
bibliófilo. Parece um caso fácil de solucionar, já que o cliente logo
diz quem é o ladrão: seu mordomo. O livro, no entanto, esconde segredos
inimagináveis e vai estar no centro de uma trama alucinante, envolvendo
uma estranha confraria e alguns milhões de reais.
Transitando
por ruas do Centro, Copacabana, Gávea, Vila Isabel, tomando todas nos
bares cariocas, André e Gordo - que agora é dono de um sebo, ou
“comércio de livros usados”, como ele prefere chamar - nos levam não
apenas para um passeio pelo Rio como também por toda a tradição da
narrativa policial.
Flávio Carneiro faz uma clara homenagem a Edgar Alan Poe e também a outros grandes nomes do gênero. Como em O Campeonato,
também aqui o leitor vai encontrar diversas referências aos autores que
construíram a história da ficção policial, como Conan Doyle e Dashiel
Hammett, entre outros.
André
tem bom coração, é inteligente, divertido e não resiste ao encanto de
certas mulheres, como a sedutora Ana, secretária do detetive Miranda, e
as duas filhas do cliente, Bruna e Clarice. Além delas, O livro roubado
traz um elenco de ótimos personagens, como o motorista de táxi Clovis,
que sonha em abrir um motel-fazenda, Diego, professor de química
apaixonado por alquimia, e uma cartomante que será uma pista quente (ou
não) para os dois jovens e improvisados detetives. São personagens
marcantes, que contracenam com figuras típicas do Rio, como os
frequentadores de sebo do centro da cidade, os garçons, as meninas
bonitas do subúrbio carioca.
Através
da linguagem fluente e bem humorada de André, o leitor vai acompanhar
de perto uma aventura narrada em ritmo veloz, uma história
surpreendente, em que realidade e ficção se misturam e nada é o que
parece ser. Uma verdadeira homenagem à literatura policial, ambientada
num Rio de Janeiro ensolarado e boêmio, mas não menos misterioso.
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